Relato - Parte 1

by - junho 08, 2017



Oiiii pessouinhas! O post de hoje será dividido em 3 partes... Sim, será uma série onde irei falar sobre o Assédio e o Abuso Sexual. É um assunto polêmico?! Sim, é. Mas que precisa ser falado.
Espero carinhosamente que entendam e me coloco totalmente disponível para esclarecer qualquer dúvida.
Quando a dor começou!
"Sou uma garota "do lar", bela e cheia de sonhos no coraçãozinho. Sonhos esses que quase foram interrompidos por um triste momento e uma dor tão profunda. Por muitos anos eu não me manifestei sobre tal assunto. Mas chegou a minha hora de falar.
Não te conheço, não faço ideia da história de vida e nem a bagagem que cada um de vocês trás consigo. Eu vi um vídeo de uma garota chamada Karyna Rangel no facebook há uns dias atrás...

Espero que vocês consigam vê-lo também, pois ele foi uma das minhas motivações para fazer esse relato e trazer alguns sentimentos que guardei trancados a sete chaves a tona. É triste saber que isso acontece todos os dias e que em pleno século XXI o serumaninho conseguiu se superar, a ponto de ser tão doente (não estou generalizando) e ferir a honra de uma mulher. Isso tem acontecido durante anos e anos e são poucas as pessoas que têm feito algo para mudar isso.
Apesar de não ter sofrido um abuso sexual, eu sinto como se eu realmente tivesse sofrido. Fui molestada. Não fui apenas desejada ou cobiçada por alguém... Mas houve toques e isso pra mim é sim um abuso. Mas o que é ou deixou de ser, não vem ao caso, até vem, mas não é essa a questão.

Eu fui sim molestada pela minha tia na infância aos 6/7 anos de idade. E é essa a primeira parte de uma fase da minha vida que foi e é tão "estranha" para mim. Desde que nasci eu frequentava a casa da minha avó e até então isso nunca tinha me causado nenhum transtorno. Uma determinada tia brincava sempre comigo de boneca, era um momento tão legal para mim, pois nessa época eu era filha única e os meus pais viviam trabalhando e como chegavam cansados nem sempre brincavam comigo. Mas essa tia... Ah!

Ela fazia questão de brincar. Naquela época eu não entendia as palavras que saíam da boca dela e nem suas atitudes, achava tudo normal. Tínhamos bonecas e bonecos, e quando brincávamos ela insinuava que eles estivessem mantendo relações sexuais.

Eu ignorava pois não entendia a lógica de tudo aquilo. E num dia aparentemente normal, fomos para a sala ver televisão. Estávamos sozinhas naquele cômodo, eu sentada no sofá do lado dela, com uma camiseta branca e uma bermuda vermelha (que ia até o joelho) e em questão de minutos ela enfiou a mão por dentro da minha bermuda e começou a acariciar as minhas partes íntimas, a passar a mão pelo meu corpo e a me beijar a força.

Eu não era a favor disso, mas o que eu poderia fazer?! Era uma criança e tinha meus medos, a final ela era mais velha do que eu. Isso infelizmente aconteceu por várias vezes e anos. Até que eu fui pedindo para minha mãe não me levasse para a casa da minha avó, comecei a ficar rebelde, a brigar e a inventar desculpas para não estar mais lá. E até que funcionou.
Anos depois aos meus 8/9 anos fui molestada por uma menina mais velha do que eu. Naquele tempo os meus pais e eu éramos espíritas e frequentávamos toda semana aquele local. Nesses "encontros" eu ficava numa salinha que era apenas para crianças. E na noite de um desses "encontros" eu queria muito ir para a salinha desenhar e colorir, por que a tal "palestra e estudo" era muuuito chata. E não havia outra criança além de mim naquele dia. Uma das responsáveis pela salinha autorizou que eu fosse para lá e eu fui toda felizinha rs

Logo em seguida foi uma adolescente para lá também. Mas para minha tristeza ela não tinha as mesma intenções que eu. Ela entrou, trancou a porta da salinha e queria me obrigar a beijá-la. Eu lógico, me esquivei e fiz de tudo para tentar sair dali. Me recordo que ao lado dessa salinha havia um banheiro. E sem vontade nenhuma de fazer xixi, eu pedi para que ela abrisse por que eu estava muito "apertada". Ela abriu, fui ao banheiro e fiquei lá por um bom tempo enrolando, esperando ela sair pra que eu corresse e fosse até os meus pais. Mas ela ficou lá o tempo todo me monitorando.

Fui arrancada a força por ela do banheiro e voltei pra salinha... Fiquei mais alguns minutos lá enrolando e literalmente correndo dela, até que lembrei do bebedouro que ficava num local muito próximo aonde os meus pais estavam. Pedi para beber água, ela deixou, mas ficou me olhando e num momento de distração dela eu corri. Saí que nem uma louca correndo e sentei no colo da minha mãe. A menina ficou muito brava. E ficou aquela noite toda me chamando, querendo que fosse "brincar" com ela.

Aos meus 15/16 anos fui molestada pelo padrasto da minha mãe. Numa tarde ensolarada, fui para a casa da minha avó com os meus pais, para almoçarmos e passar a tarde lá. Até então era um dia como um outro qualquer, nós conversávamos, riamos, colocávamos os papos em dia. Em um determinado momento ficou apenas eu e ele naquela sala, e eu assistia a tv. Ele se levantou e veio em minha direção e passou a mão em mm.

Neste exato momento eu fiquei em choque! Pedi para que ele se afastasse de mim. Não sabia ao certo o que fazer... Me calar ou denunciar. E eu denunciei. Ele ficou preso por um tempo. E eu vi toda a minha família e várias outras pessoas contra mim, dizendo que tudo isso não passava de uma farsa. Um cara ao qual havia tentado o mesmo contra a minha mãe no passado.
Eu fui uma vítima. 
Já fui induzida a imoralidade sexual desde criança por familiares e pessoas de fora. Até hoje eu busco por uma cura nessa área da minha vida. Por que isso me feriu e me fere mto.
Eu passei a desprezar o meu corpo, não conseguia me relacionar com alguém, e quando isso acontecia era por puro prazer carnal. A minha inocência e pureza foram levadas."
Parte 2 será publicada na próxima quinta-feira​! Fiquem atentos! 
Que Deus abençoe todos vocês!
Beijinhos de luz! 🙏❤


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4 comentários

  1. Menina que história! É lamentável ler isso e saber que desde criança você sofria com isso. Sua infância foi tirada e posta a medos! Não consigo imaginar a sua dor,mas consigo repugnar essas "atitudes" que dá até náuseas só de pensar. Espero do fundo do meu coração que botar pra fora essa dor,alivie mais e que você encontre uma maneira de superar.

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    1. Oiii Vanessa ♥ Aaaah amada eu fico de certa forma feliz. Feliz em saber que existem pessoas como você neste mundo que se importa com a dor do outro. Obrigada de verdade! ♥ Eu me expus dessa forma não só para aliviar essa dor, mas para ajudar outras que também passaram ou ainda passam por isso. Que Deus te abençoe! Beeeeijos ♥

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  2. Me identifiquei bastante com a sua história, sei exatamente o que está passando..

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    1. Olá Lay, infelizmente isso acontece tanto. Mas acompanhe os post's dessa série, nela você verá que tudo isso tem um fim e que essa angústia pode passar. Que o Eterno Deus te abençoe. Se quiser conversar, me mande um email no contato.blogavidaemrosa@gmail.com Beeeijos! ♥

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